Confederação Brasileira de Golfe

Entrevista – John Byers

06 de fevereiro de 2008

Árbitro de golfe credenciado pelo Royal & Ancient Golf Club of St. Andrews (R&A) há seis anos, o irlandês John Byers é assessor do Departamento de Regras da Confederação Brasileira de Golfe. John foi aprovado em primeiro lugar no primeiro curso de árbitros do R&A do qual participou. Na entrevista que se segue, John fala sobre o 1º Curso de Árbitros de Golfe do R&A, que acontece de 15 a 17 de fevereiro no Hotel Transamérica, em São Paulo, com o patrocínio do Banco Alfa e do próprio Hotel Transamérica, além do apoio indispensável do próprio R&A. O evento contará com a presença de Alan Holmes, presidente do Comitê de Regras do R&A, de Grant Moir, diretor-adjunto, de J.R. Jones, membro do comitê, e da assistente Shona McRae.

Qual é a finalidade do Curso de Árbitros do R&A no Brasil?
John Byers –
As regras de golfe são modificadas de quatro em quatro anos, daí a necessidade dessa reciclagem periódica. O curso serve para formação de árbitros credenciados pelo R&A, a entidade máxima do golfe mundial, para que possam trabalhar em torneios válidos para os rankings nacional e profissional. Estudaremos muitas situações práticas que exijam decisões dos árbitros. Por isso escolhemos o Hotel Transamérica, que tem um campo de três buracos onde podemos simular as inúmeras situações encontradas num campo de 18 buracos. Cada aluno será chamado individualmente para auxiliar na decisão que deve ser tomada pelo jogador.

Quantos árbitros credenciados pelo R&A há hoje no país? Qual seria o número ideal?
John Byers –
Hoje temos 15 árbitros credenciados pelo R&A. O ideal, para um país como o Brasil, é que cada federação tivesse no mínimo quatro árbitros credenciados. Seria bom dobrarmos o número de árbitros que temos hoje.

Qual é o público alvo do Curso? Há algum pré-requisito?
John Byers –
O Curso é voltado para todos aqueles jogadores que queiram aprimorar seus conhecimentos das regras. Não há exigência de nenhum pré-requisito, mas é bom que os participantes já tenham um bom conhecimento prévio do Livro de Regras e que sejam bastante interessados no assunto. O curso não vai ensinar conceitos básicos, e sim se aprofundar nos conhecimentos. É voltado principalmente para quem tenha interesse em se tornar um árbitro credenciado internacionalmente.

O exame que haverá no curso é muito exigente?
John Byers – Bastante. Em anos anteriores, menos de 15% dos participantes foram aprovados nas provas. O exame dura duas horas e meia e testa a memória do participante, já que parte é feita sem consulta aos livros, além de avaliar também o poder de raciocínio e os conhecimentos técnicos.

Você pode citar alguma mudança significativa nas regras válidas a partir deste ano?
John Byers – A partir de agora, o jogador terá, por exemplo, que identificar sua bola quando ela está num azar de areia ou de água antes de batê-la. Antes, era possível bater a bola de outro jogador sem levar penalidade. Agora não. A regra mudou. Se o jogador não puder identificá-la do jeito que está, deve avisar o outro jogador, marcar a bola e levantá-la para ver se é sua mesmo. O ideal é que, além da marca do fabricante, o golfista coloque um símbolo em sua bola para auxiliar na identificação.

Na sua avaliação, o golfista brasileiro é bem informado sobre regras?
John Byers –
De modo geral, é muito mal informado. Essa é uma reclamação constante de jogadores mais experientes. Um problema é que muitos profissionais ensinam a técnica do golfe, mas não ensinam as regras. Deveria haver um esforço maior por parte dos profissionais, dos clubes, das federações e da própria CBG para uma maior divulgação das regras.

Que caso mais curioso já presenciou?
John Byers – Numa competição sul-americana de damas seniores, disputado em Curitiba, uma argentina jogou a bola dela no lago. Na área de drop, ela colocou a bola dela sobre um tee e disse que na Argentina isso era permitido. Houve uma discussão ao final da rodada e, lamentavelmente, essa senhora foi desclassificada.

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