Cartilha para os pais de atletas
Leia com muita atenção e contribua para o bem do golfe nacional!
O comportamento dos pais no golfe – na maior parte – pode ser muito positivo e generoso. Às vezes, no entanto, o entusiasmo dos pais pode cruzar a linha do bom senso e, até mesmo sem intenção, se tornar prejudicial, com comportamentos que variam de exagero na abordagem até casos mais extremos, com acometimento verbal e físico.
Ocasionalmente, tudo isso acontece ao mesmo tempo. A jornada dentro de um campo de golfe deve ser agradável para todos os envolvidos, principalmente dentro de uma competição de base, mas pode facilmente dar errado se houver objetivos incompatíveis ou expectativas utópicas.
A seguir, a Confederação Brasileira de Golfe (CBGolfe) apresenta alguns pontos essenciais sobre o tema, com base em experiências de profissionais envolvidos na formação de atletas e no cotidiano do esporte de base, como treinadores, gestores, pais de atletas de alto rendimento, fisioterapeutas e psicólogos esportivos. Confira!
Efeitos do mau comportamento dos pais nas crianças:
1. Impacto na saúde mental
Crianças expostas a pais agressivos ou excessivamente críticos nos esportes podem desenvolver:
– Ansiedade e estresse: o medo de errar pode levar à ansiedade de desempenho.
– Baixa autoestima: a crítica constante pode fazer com que a criança sinta que nunca é “boa o suficiente”.
– Perda do amor pelo esporte: em vez de se divertirem, as crianças podem começar a associar o esporte ao estresse e ao medo do fracasso.
– Perfeccionismo e medo de decepcionar: quando os pais são muito exigentes, as crianças podem se tornar perfeccionistas, o que pode gerar frustração ao cometerem erros inevitáveis.
2. Falta de respeito pela competição
– Maus hábitos esportivos: se as crianças veem seus pais desrespeitando árbitros, treinadores ou adversários podem desenvolver atitudes semelhantes.
– Mentalidade de merecimento: algumas crianças podem acreditar que devem vencer a qualquer custo e ter dificuldades para lidar com derrotas.
– Incapacidade de aceitar injustiças: o esporte é imprevisível, logo as crianças precisam aprender a lidar com decisões desfavoráveis de forma saudável.
3. Comportamento agressivo
– Aprendizado da agressividade: se as crianças veem seus pais reagindo com raiva e hostilidade, podem acreditar que essa é uma resposta aceitável à frustração.
– Dificuldade em controlar emoções: sem modelos positivos de autocontrole, as crianças podem ter dificuldades em lidar com emoções e conflitos dentro e fora do esporte.
4. Maior Probabilidade de Abandono do Esporte
– Falta de diversão: se a pressão for muito grande, as crianças podem perder o interesse e desistir.
– Medo de decepcionar os pais: algumas crianças param de jogar simplesmente porque não querem desapontá-los.
– Fuga de competições: em vez de desenvolver resiliência, a criança pode começar a evitar situações competitivas.
Efeitos do mau comportamento dos pais no esporte:
1. Redução no Número de Praticantes.
– Quando o ambiente esportivo se torna hostil ou estressante, muitas famílias optam por afastar seus filhos do esporte.
– Experiências negativas podem levar crianças a desistirem e desencorajarem outras a ingressar no esporte.
2. Dificuldade em Recrutar Treinadores, Árbitros e Voluntários.
– Muitos árbitros e treinadores em esportes infantis são voluntários. Se eles enfrentam abusos verbais ou ameaças de pais, podem desistir.
– Menos treinadores e árbitros resultam em jogos de menor qualidade, menos equipes e menos oportunidades para jovens atletas.
3. Risco Aumentado de Problemas Legais e de Segurança.
– Conflitos entre pais podem gerar processos, envolvimento policial e prejudicar a reputação de ligas e clubes esportivos.
– Organizadores podem ter que adotar medidas de segurança para conter pais agressivos.
Como melhorar o comportamento dos pais em eventos esportivos:
1. Foque na Criança, jamais no resultado.
– Lembre-se de que a participação no esporte é sobre o desenvolvimento e a diversão da criança, não sobre suas expectativas.
– Incentive seu filho a definir seus próprios objetivos — seja melhorar uma habilidade, fazer novos amigos ou apenas se divertir.
– Evite associar aprovação ou amor ao desempenho esportivo. Elogie o esforço, não apenas as vitórias.
2. Seja incentivador e positivo.
– Torça por boas jogadas, independentemente do time. Isso reforça a ideia de que o esporte é sobre fair play e diversão.
– Em vez de gritar instruções, deixe os treinadores treinarem. As crianças precisam desenvolver autonomia e habilidades de tomada de decisão.
– Enfatize a importância do esforço, do trabalho em equipe e da persistência, em vez de focar apenas na vitória.
3. Respeite árbitros e treinadores.
– Aceite que árbitros e treinadores são humanos e podem errar.
– Ensine seu filho a valorizar o trabalho dos oficiais e voluntários que tornam o jogo possível.
– Se discordar de uma decisão, mantenha a compostura e evite confrontos.
4. Aprenda a se controlar e a se afastar quando necessário.
– Se perceber que está ficando irritado, respire fundo, afaste-se e tente recuperar o controle emocional.
– Demonstre disciplina emocional para seu filho, mostrando como lidar com situações tensas de forma madura.
– Lembre-se de que reações negativas não mudam o resultado do jogo, apenas criam um ambiente tóxico.
5. Resolva problemas em particular e de forma construtiva.
– Se tiver preocupações legítimas sobre treinadores, arbitragem ou regras da liga, trate-as após o jogo, de maneira respeitosa.
– Evite discussões públicas, pois isso pode causar constrangimento e prejudicar a experiência de todos.
– Esportividade e desenvolvimento infantil: ligas e clubes devem oferecer palestras ou materiais educativos sobre comportamento parental adequado no esporte.
Fique atento!
O esporte infantil deve ser uma experiência enriquecedora e positiva para as crianças. Quando os pais demonstram comportamentos agressivos, desrespeitosos ou excessivamente críticos, eles não apenas prejudicam seus próprios filhos, mas também o esporte como um todo. Ao focar no incentivo, no respeito e no autocontrole, os pais podem contribuir para um ambiente saudável onde as crianças possam crescer, se desenvolver e, acima de tudo, se divertir jogando.
Tem dúvidas ou gostaria de conversar sobre um comportamento inadequado, durante uma competição?
Procure a comissão do Torneio, sinalize o ocorrido e ajude a controlar excessos que atrapalham todos os envolvidos no processo do esporte de base.
O Comitê Olímpico do Brasil também disponibiliza cartilhas e cursos que têm similaridade com o tema. Clique nos links abaixo e acesse!