Confederação Brasileira de Golfe

Diferença premiada

17 de novembro de 2008

HENRIQUE FRUET

O Damha Golf Club, instalado no Parque Eco-Esportivo Damha, em São Carlos, no interior, é o exemplo vivo da mais nova fronteira que está sendo desbravada pelo golfe brasileiro: sua expansão para o interior do país por meio de campos semi-públicos (ou seja, abertos a visitantes) ligados a empreendimentos turísticos e/ou imobiliários.

A escolha do Damha Golf Club para sediar o torneio profissional de maior prestígio do Brasil, o HSBC Premier Open 2008 – 56o Aberto de Golfe do Brasil é bastante emblemática. Nos primeiros anos do torneio, cuja primeira edição ocorreu em 1945, o Aberto do Brasil se dividia entre os desafiadores campos do São Paulo Golf Club e do Gavea Golf Club. Depois, campos como Itanhangá Golf Club (RJ), Porto Alegre Country Club (RJ), Clube Curitibano (PR), São Fernando Golf Club (SP) e Guarapiranga Golf Club (SP) também sediaram edições do campeonato, num claro indício de desenvolvimento e expansão do esporte pelo país.

Em 2004 e 2005, o Aberto do Brasil acompanhou mais uma tendência do golfe brasileiro e se realizou num campo de golfe de resort turístico, o Costa do Sauípe Golf Links, na Bahia – mais uma vez, a CBG se mostrava antenada com a evolução natural do esporte.

Agora, pela primeira vez, o Aberto do Brasil se realiza num autêntico campo semi-público. O Damha é um empreendimento comercial. Não tem sócios, e sim jogadores associados (também chamados em outros clubes de “mensalistas”), ou seja, não possuem título e pagam uma quantia determinada por mês e podem usar o campo. Em resumo: o DGC está aberto a qualquer visitante que queria enfrentar as raias criadas por Ricardo Rossi, mediante, obviamente, pagamento de green fee (a preços bastante competitivos, diga-se de passagem).

O fato de ser aberto a visitantes não torna o Damha melhor e nem pior do que os 8 campos que sediaram antes o Aberto do Brasil (e que, aposto, continuarão a receber essa importante competição com portas abertas e com muita competência). Isso torna apenas o Damha diferente – é um clube que investe em marketing e divulgação, cria promoções, se esforça (com sucesso) para atrair eventos, treina seus funcionários – enfim, sabe que, como um estabelecimento comercial que de fato é, precisa tratar bem o cliente para que ele retorne e traga mais jogadores com ele.

É por reconhecer, incentivar e premiar essa diferença representada pelo Damha Golf Club é que eu aplaudo a decisão da CBG e do HSBC de levar um torneio desse porte e importância para um campo semi-público. O golfe só tem a ganhar.

O colunista é jornalista há 13 anos e golfista há 7. Edita o www.blogolfe.com.br e dirige a Albatroz Comunicação, agência de notícias e de comunicação especializada em golfe. 

O ponto de vista dos colunistas não expressa necessariamente a opinião da CBG

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