Promessa brasileira
Por Henrique Fruet
Lucas Lee é uma das maiores promessas do golfe brasileiro. Primo de Angela Park, a paranaense que já ganhou mais de US$ 2 milhões em prêmios no LPGA, Lee também começou a jogar golfe nos EUA, onde vive atualmente.
No ano passado, o jogador passou o corte no Aberto do Canadá – foi o primeiro brasileiro a conseguir o feito em 24 anos -, mas não jogou a final por conta de uma regra que limita o número de jogadores em campo em casos especiais. Como havia chovido muito, uma das rodadas do torneio foi cancelada e o número de jogadores na final foi reduzido, ou seja, Lee ganhou o prêmio em dinheiro, mas não pôde jogar. Na semana passada, Lee foi vice-campeão do Nayarit Classic, etapa do Tour Canadense disputada no México.
Atualmente, Lee ocupa a 455ª posição do ranking mundial – é o segundo melhor brasileiro da lista, atrás apenas do gaúcho Adilson da Silva, radicado na África do Sul, que está em 395º lugar, e é o 14º melhor sul-americano.
Lucas Lee conversou com a equipe de comunicação da CBG durante visita que fez ao presidente da entidade, Rachid Orra, na noite desta quarta-feira dia 28. “Ele é um atleta que promete trazer muitos títulos para o golfe brasileiro”, diz Orra. Confira os principais trechos da entrevista:
Quais são seus planos para 2010?
Lee – Vou jogar o Tour Asiático e o Tour Canadense, pois ambos contam pontos para o ranking mundial. O bom é que o calendário dos dois circuitos se complementam. Quero também participar das classificatórias para o US Open, para o British Open e para o PGA Tour, além de disputar Monday Qualifyings para eventos do Nationwide e PGA Tour.
Como foi a experiência de jogar uma etapa do PGA no ano passado? O que sentiu ao se comparar com os demais jogadores?
Lee – Foi uma experiência maravilhosa, apesar de ter passado o corte e não ter tido a oportunidade de jogar no final de semana. Vi que o meu putter e o meu chipping estão fracos se comparados aos dos outros jogadores. Por isso resolvi focar meus treinamentos nessas partes do jogo.
Você pretende representar o golfe nas Olimpíadas?
Lee – Claro! Nunca tinha pensado nisso, mas quando o golfe voltou para as Olimpíadas, essa virou uma de minhas metas principais. Tanto o Tour Asiático quanto o Canadense rendem pontos para o ranking mundial.
Conte um pouco de sua história no golfe
Lee – Morei no Brasil até os 11 anos de idade. Aí fui para os EUA a convite do meu tio, pai da Angela Park, para começar a jogar golfe. Até então, nunca tinha jogado. Nos três primeiros meses, vivi com meu treinador, mas não gostei muito. Daí passei a morar com o meu tio e com a Angela. A gente estudada em escolas diferentes, mas nos encontrávamos depois no driving range e treinávamos juntos o dia inteiro. Foi um trabalho que começou desde cedo…
Além da Angela, você tem mais parentes golfistas?
Lee – A minha irmã caçula começou a jogar. No princípio foi só por diversão, mas agora o sonho da Luciane é disputar as Olimpíadas junto com a Angela. Ela tem só 16 anos e ainda está na high school. Tem jogado muito bem os torneios locais.
Do que você sente mais falta do Brasil?
Lee – Digo que pareço coreano, mas sou brasileiro. Sinto falta da família, dos amigos e da comida. Gosto muito do Brasil. Quando era menor, vinha ao Brasil duas ou três vezes por ano para passar as férias e fiz muitos amigos.
Gosta de futebol?
Lee – Jogo de vez em quando com os amigos. Sou palmeirense…