O golfe das mulheres
*POR GUILLERMO PIERNES
As mulheres no Brasil aproveitam pouco o golfe, fenômeno compreensível em linhas gerais pelo acumulo de funções na sociedade de ritmo muitas vezes vertiginoso e ocasionalmente inteligente.
No Brasil, 15% dos praticantes são mulheres. É pouco. Como veterano golfista e pesquisador do esporte dou fé que as mulheres deram mais colorido e som aos eventos de golfe nas últimas décadas além de proporcionar elementos concretos para melhorar a qualidade do jogo da maioria dos homens golfistas.
Jogar ocasionalmente com mulheres possibilita aprender a ser menos agressivo. Os campos de golfe estão desenhados para adotar uma tática ofensiva ou defensiva, dependendo do desenho dos obstáculos de água, árvores ou areia de cada buraco. O alto índice de testosterona freqüentemente empurra aos homens a serem mais agressivos quando o sentido comum estabelece que a prudência seria a melhor atitude. Assim os homens enviam desnecessárias bolas aos lagos ou no meio dos bosques por tentar chegar a pontos distantes e arriscados, quando uma bola menos desafiadora ficaria mais curta porem no meio da raia. (Mais informações sobre o tema no portal www.golfnegocios.com)
Jogar e competir entre iguais de sexo às vezes resulta num resgate de valores igualmente valioso. Nesse sentido o tradicional campo de Terras de São José, em Itu, mostra que conserva a sua capacidade de inovar na organização do seu próximo Campeonato Aaberto. Haverá um fim de semana apenas para mulheres e outro para os homens. Os organizadores do 10º. Kia Motors Feminino, válido para o ranking paulista scratch e com handicap, em 4 e 5 de junho, montaram um leque de atividades e mimos que inclui grupos de danças e sorteios para cruzeiros para agradar completamente ao público feminino, após amplas consultas ao setor.
O Porto Alegre Country Club sediará entre os dias 1º e 3 de maio a primeira etapa do Credit Suisse Hedging-Griffo Golf Tour, o 59º Aberto Sul-Brasileiro, um dos mais tradicionais torneios de golfe do país. Trata-se do início de uma parceria entre o grupo financeiro e a Confederação Brasileira de Golfe (CBG).
No calendário oficial do circuito ainda acontecerão outras três etapas – no Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. “Estamos certos de que a Credit Suisse Hedging-Griffo contribuirá muito para o crescimento do esporte e falará diretamente com um importante público formador de opinião”, diz Rachid Orra, presidente da Confederação Brasileira de Golfe.
“O campo do Porto Alegre Country Club está muito bem preparado para receber os melhores jogadores do país, que certamente proporcionarão três dias de golfe do mais alto nível”, disse Norton Fernandes, presidente da Federação Riograndense de Golfe. O circuito é válido para para o ranking brasileiro de golfe e também para o ranking amador mundial do R&A, entidade máxima do golfe mundial.
*Guillermo Piernes é consultor, palestrante e escritor. Colaborador das revistas Golf Digest e Elite Magazine. www.golfempresas.com.br
O ponto de vista dos colunistas não expressa necessariamente a opinião da CBG.