Confederação Brasileira de Golfe

O Brasil no Sul-Americano – Swing de ouro

23 de março de 2007

por MARCO FRENETTE

Até pouco tempo, o driving range do São Fernando Golf Club, em Cotia, São Paulo, recebia a visita diária de uma jovem e aplicada jogadora de 16 anos. Sem se afobar, e após cumprimentar os outros praticantes, começava a praticar com o wedge e terminava com o driver, para depois ir a campo testar as sutis modificações em seu swing.

Agora Daniela Murray está vivendo, jogando e estudando na Austria, mas retorna ao Brasil para o 40º Campeonato Sul-Americano Juvenil, que acontece no Itanhangá Golf Club, de 26 a 31 de março. Ela disputará o troféu na equipe feminina, ao lado da paulista Cecília Kleinert e da gaúcha Bruna Sprengler. “Estou preparada física e tecnicamente. Estou confiante, mas sempre gera uma ansiedade participar de um campeonato importante como esse. Estou muito feliz”, diz a campeã do Campeonato Amador Juvenil 2007, título que lhe assegurou a vaga no Sul-Americano.

Como a maioria dos bons golfistas, Daniela começou cedo. Aos nove anos de idade já pisava nos longos fairways fechados por barreiras de árvores de grandes copas do Club de Golf Chiluca, na cidade mexicana de Atizapan. “Morava lá, e foi quando ganhei meu primeiro jogo de tacos. Quando experimentei o jogo, me apaixonei”.

Nascida na cidade alemã de Herford, filha de pai irlandês e de mãe austríaca, e naturalizada brasileira, Daniela é o que se pode chamar de uma pessoa cosmopolita, uma educada cidadã do mundo. Ela fala fluentemente alemão, inglês, italiano, espanhol e português, e está acostumada com a mudança de clima e mentalidades. São privilégios de deslocamentos que ajudam no amadurecimento de uma pessoa – o que talvez explique a predominância do pragmatismo alemão na hora de explicar o significado do golfe em sua vida: “Para mim o golfe é apenas um esporte, o qual pretendo tornar, num futuro breve, a minha profissão. No golfe, assim como na vida, há de tudo, desde momentos maravilhosos até histórias tristes de se ver ou de contar”.

Daniela está em boa fase, pois acabou de vencer o campeonato amador juvenil 2007. “No último dia, eu vinha empatada com a Bruna Sprengler. No tee do 1 parei na bola e só pensei em jogar o meu jogo, sem pensamentos desnecessários. Joguei +1 (73), meu melhor score até agora. Consegui me manter no jogo os 18 buracos. Foi a melhor partida que já joguei.”

É esse espírito e essa concentração zen que Daniela espera trazer para o Sul-Americano Juvenil. Outro trunfo de Daniela é seu jogo curto afiado. “Ando muito confiante em meus approaches e putts. Creio que isso pode fazer diferença nos momentos de pressão”.

Mas seu maior aliado será o seu próprio swing. Ela está eliminando movimentos supérfluos. Seu giro é no eixo, com uma transferência de peso sem deslocamentos exagerados de perna ou quadril. A parte de baixo do corpo fica estável enquanto os braços e ombros trabalham no takeway e terminam por armar o backswing. O downswing acontece sem pressa, com uma base firme e os braços trabalhando juntos e bem esticados na passagem do taco, terminando num finish relaxado e equilibrado. É um swing muito bonito de se ver, desde a chegada elegante de Daniela na bola até a finalização, digamos, aristocrática.

Aprendeu esse swing observando jogadoras como Michele Wie ou Lorena Ochoa, de quem, aliás, é fã? “Não, não me inspirei em nenhuma jogadora para construir meu swing. Ele é apenas fruto de muito trabalho e inúmeras adaptações para se encaixar com meu tipo físico”, esclarece, germanicamente. Com todo esse trabalho, e com a ajuda de seu talento, são grandes as chances de ela ser feliz em sua futura profissão.

As armas de Daniela Murray

“Eu jogo com ferros Ping G2, do Pitch ao ferro 4, com varas regulares de grafite. Meu putter é um Ping Craz-E, é um taco muito equilibrado e tem muito boa sensação na batida. Meu driver é um Taylor Made, com vara regular e loft 9,5. Trago três wedges na bolsa para não precisar forçar nenhum swing: 52, 56 e 60 graus, todos da Cleveland. Completo minha bolsa com duas madeiras da Callaway, uma 7 e uma 4, ambas com varas regulares”.

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