In the hole!!
Só quem já fez um hole in one conhece a emoção de embocar a bola numa só tacada – assim como apenas quem nunca fez um ace na vida tem a idéia do que é ter uma ponta de esperança no coração a cada par 3 jogado. “Me lembro mais do meu primeiro hole in one do que de meu primeiro beijo. Significou mais para mim”, dizia Arnold Palmer.
Volta e meia, surgem boas novas histórias envolvendo a jogada mais famosa do golfe. Como a de Ronald Gunn, campeão brasileiro sênior que acaba de fazer o quinto hole in one da carreira. Foi no II Torneio ABGS Baixada Santista, disputado no Guarujá Golf Club, clube de Gunn, por sinal.
Quando chegou ao buraco 17 – aquele em formato de illha, e o penúltimo da competição de 26 buracos – Gunn estava perdendo o título scratch. Pegou então seu ferro 7 e viu, a 142 jardas de distância, sua bola quicar no green e entrar no buraco, garantindo-lhe a vitória e muita comemoração. “Foi muita emoção”, conta Gunn.
Um detalhe curioso: esse foi o quarto hole in one de Gunn como sócio da ABGS. O primeiro ocorreu há mais de 25 anos. Os outros quatro ocorreram de dez anos para cá, quando ele se tornou membro da entidade. No ano passado, o hole in one de Gunn no Arujá Golf Club garantiu que a ABGS sorteasse um automóvel em sua festa de final de ano. Este ano, o ace de Gunn já garantiu que haverá o sorteio de um Ford Ka zerinho no jantar de final de ano da entidade, mimo este patrocinado pela Mafre. Gunn, que além do hole in one e da vitória também ganhou o prêmio de near to the pin no mesmo dia no Guarujá (no buraco 11), só falta mesmo ganhar o carro e daí desafiar os matemáticos a calcular as possibilidades de alguém fazer o hole in one e ganhar num sorteio entre centenas de pessoas.
Há histórias, porém, que fazem corar os estatísticos, como os quatro hole in ones ocorridos no mesmo dia e no mesmo buraco durante o 89º US Open em 16 de junho de 1989. Doug Weaver, Mark Wiebe, Jerry Pate e Nick Price embocaram de prima no buraco 6 do Oak Hill Country Club, em Rochester, num intervalo de tempo de apenas uma hora e cinqüenta minutos – nunca as 167 jardas daquele buraco foram tão curtas. De acordo com um matemático da Universidade de Harvard, as chances de um feito desses ocorrer é de 1 em 1,89 quadrilhão. E, no entanto, ocorreu…
O colunista é jornalista há 13 anos e golfista há 7. É diretor da Albatroz Comunicação, agência de notícias e de comunicação especializada em golfe. Já escreveu sobre o esporte para publicações como Veja, IstoÉ, Valor Econômico, Trip, Golf Life e Wish Report, entre outras.
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