Entre as melhores
POR JOÃO CARLOS GODOY
Se alguém pedir para a golfista paranaense Patricia Carvalho, 23 anos, número 1 do ranking brasileiro de golfe feminino amador, resumir o início de 2009 com apenas uma palavra, certamente ela dirá: “ansiedade”. Motivos para isso não faltam. Ela foi escolhida pela CBG para ser a única amadora em campo durante a disputa do HSBC LPGA Brasil Cup 2009, torneio de exibição do LPGA que será disputado no Itanhangá Golf Club, no Rio de Janeiro, nos dias 24 e 25 de janeiro. O evento, o primeiro do LPGA no Brasil, distribuirá US$ 500 mil em prêmios e reunirá algumas das principais golfistas do mundo, entre elas as brasileiras Angela Park e Candy Hannemann.
“Até agora a ficha não caiu”, conta Patricia. “Será através dessa chance que eu poderei medir o meu nível de jogo”. Patricia iniciou sua carreira como golfista aos 12 anos e já representou o Brasil em 18 torneios internacionais como o Sul-Americano Pré-Juvenil, Sul-Americano Juvenil, Orange Bowl, Copa Los Andes e Mundial Amador. Entre seus principais títulos conquistados estão a Copa Los Andes (2002), Amador do Brasil em cinco ocasiões (2002, 2004, 2005, 2006 e 2007) e campeã individual da XXIII Copa Francisco Etcheverry Vidal – Copa Srta Fay Crocker y Copa Arq. Gillermo Armas, disputada no Uruguai no ano passado.
Com isso, Patricia, que representa o Graciosa Country Club, em Curitiba, cidade onde mora, lidera o ranking nacional feminino desde 2003 e vem conquistando grande parte dos campeonatos nacionais desde então. Em entrevista exclusiva ao site da CBG, Patricia falou um pouco sobre suas expectativas em relação à essa etapa do LPGA e sobre suas pretensões no golfe. Confira:
CBG – Você já jogou ao lado de jogadoras profissionais antes?
Patricia – Não, será a primeira vez que eu vou jogar entre as principais jogadoras profissionais do mundo.
CBG – Está difícil de segurar a ansiedade?
Patricia – Sim, até agora a ficha não caiu.
CBG – Como você está se preparando?
Patricia – Estou sem treinar desde novembro. A partir de agora, vou me dedicar diariamente aos treinos em dois clubes (Graciosa Country Club e Alphaville Graciosa Clube) e fazer aulas. Pretendo ir para o Rio de Janeiro antes do torneio para treinar por lá também.
CBG – O que você acha do Itanhangá Golf Club?
Patricia – Já joguei lá diversas vezes. É um campo plano com alguns obstáculos. Já vi muita gente perder o torneio no buraco 18, por exemplo, onde tem um lago. Estou curiosa para ver como eles vão preparar o campo para o torneio.
CBG – Você tem pretensões de se tornar profissional?
Patricia – Eu vou avaliar isso após o torneio, que servirá como um grande termômetro para medir o meu nível de jogo em relação às principais golfistas do mundo. Em 2007, eu passei quatro meses treinando na David Leadbetter Golf Academy, na cidade de Bradenton, na Flórida. Lá, o meu coach me disse que eu tenho potencial. Mas existem dificuldades, como morar fora do país, por exemplo, que me deixam em dúvida em relação a ser ou não profissional.
CBG – Como é normalmente sua rotina de treinos?
Patricia – Em 2008 eu tive que dividir meus horários de treino para me dedicar ao meu curso universitário (de marketing). Um mês antes do mundial eu treinei cerca de três horas por dia todos os dias. Porém, no restante do ano o volume de treinos foi menor por causa dos meus estudos.
CBG – Quais são os pontos fortes e fracos do seu jogo?
Patricia – Meu ponto forte são os drivers (uma média de 260 jardas) e os putters. Agora meus pontos fracos são os tiros médios com ferro 7 ou 8. Tudo isso eu vou treinar até o dia do torneio.
CBG – O que você considera como ponto forte nas suas jogadas de driver e putter?
Patricia – Nas jogadas com driver é direção e nas jogadas de putter é a agressividade. Eu jogo para embocar e não para simplesmente aproximar a bolinha da bandeira.
CBG – O que te deixa mais ansiosa, representar o Brasil em um mundial ou jogar em um torneio do LPGA?
Patricia – Certamente jogar o torneio do LPGA. A cobrança é muito maior.
CBG – Quais são seus ídolos no golfe?
Patricia – Tiger Woods, Lorena Ochoa, Annika Sorenstam e Angela Park.
CBG – Como você vê o crescimento do golfe feminino no Brasil?
Patricia – A categoria feminina é muito pouco incentivada no Brasil. Existem muitos poucos torneios de golfe feminino no país.