Ensinando aos Jovens
Na entrevista anterior, vocês conheceram minha psicóloga esportiva, a Patrizia Hagen. Agora, vou apresentar a vocês o meu coach Max Baltl, uma pessoa animada e divertida que encanta a todos aqui na Golf-HAK com suas histórias sobre jogadores do tour e suas experiências como profissional. Nascido na cidade de Graz, Max foi um dos melhores amadores da Áustria. Entre nós ele também é conhecido como “O homem de tercas-feiras”, porque, claro, ele só vem nos ver às terças. A entrevista foi no bate-bola. Entre uma tacada e outra, ele falou um pouco de sua vida e de sua profissão.
Quando você virou pro?
Eu terminei a escola e fui para a universidade. O meu objetivo era virar advogado. Mas logo percebi que não queria passar o tempo inteiro trabalhando em um escritório. Foi quando decidi me profissionalizar. Joguei profissionalmente de 1990 a 92.
Porque você parou?
Porque eu tinha um plano de 5 anos e os meus resultados não chegaram a altura do planejado. Além disso, veja que sorte: a empresa que me patrocinava, a Open Golf, faliu! (risos)
Foi quando se tornou instrutor profissional?
Sim. Em 1993 terminei o meu curso de teaching pro no Murhof Golf Club; e até hoje dou aulas lá, e também sou o coach da equipe juvenil.
Onde voce jogou como pro?
Eu joguei no Asien tour, no Challange Tour, no TLA.
Quais foram suas conquistas?
Não ganhei nenhum torneio, mas passei duas vezes o cut do Austrian Open, fiquei duas vezes em segundo no World Cup na Jamaica, no resultado individual.
Já jogou no Brasil?
Já. Eu joguei no Itanhangá. É um campo muito bonito. Eu lembro que joguei a volta de treino com o Carlos Franco.
Murfhof tem ótimos jogadores. Só você que trabalha com eles?
Não. Eu faço a parte técnica. Eu trabalho com um fisioterapeuta, uma psicóloga, um treinador físico e uma nutricionista. Esses profissionais estão à disposição dos juvenis.
Você foi coach do Team Austria. Como foi essa experiência?
De 1994 a 2004 trabalhei como coach na Federação de Golfe de Steier. No final de 97 fui convidado pela Confederação Austríaca de Golfe para ser coach do time das meninas, damas e dos meninos. Fiquei até 2006. Foi uma experiência muito boa. Adoro trabalhar com os jovens.
Na sua opinião, quais são as grande qualidades de um campeão?
A qualidade mais importante de um campeão é que ele saiba perder; e que veja isso como uma etapa a ser superada rumo ao sucesso. O golfe é como a vida, cheia de altos e baixos.
Qual jogador você mais admira?
Eu não admiro só um jogador. Eu admiro todos. Cada um tem uma coisa especial.
Quando e como você começou a trabalhar na Golf-HAK?
Comecei quando a Golf-HAK tinha acabado de ser aberta, no finalzinho de 1998. Eu conhecia o diretor da parte do golfe e ele me convidou para ser coach na escola. A Golf-HAK é a única escola de golfe da Áustria, e eu vi nela uma grande chance de revelar novos talentos. Esse ano temos um ex-aluno da Golf-HAK no tour europeu, o Florian Prägant.
Você disse que gosta de trabalhar com jovens. Quais as características que você vê neles?
Eu adoro trabalhar com jovens porque eles adoram experimentar coisas novas, eles têm sede de vitória, eles trasmitem uma energia positiva. Os jovens são muito especiais.
Qual seria um campo de golfe que todos já deveriam pelo menos ter visto?
Vou dividir a resposta em duas partes. O clubhouse que deveria ser visto por todo golfista é o do clube de golfe Tadua, na Itália; e o campo que deveria ser visto por todos é o clube de golfe Christianstadt, na Suécia.
Quais sao os seus hobbies?
Andar de mountainbike, ler, escutar música, esquiar e cozinhar.
Você é casado?
Sou casado desde 92. Tenho 4 filhos: uma filha de 14 e três filhos, um de 12, um de 8 e outro de 4.
Qual livro de golfe você acha fundamental que todo aluno leia?
Dois livros: O Pequeno Livro Vermelho do Golfe, de Harvey Penick; e The Golfswing, de Ben Hogan.
Para finalizar, uma frase para refletir.
Aprenda a deixar o que você quer ter.
A colunista é campeã do Amador Juvenil 2007, tem 17 anos e é sócia do São Fernando Golf Club. Atualmente treina na Áustria.