Cooperação à vista
A participação da Confederação Brasileira de Golfe e do Bureau Brasileiro de Turismo de Golfe no Portugal Golf Show, evento realizado de 22 a 24 de maio no Centro de Congressos de Lisboa, na capital portuguesa, ajudou a estreitar os laços entre os órgãos máximos de golfe de ambos os países e divulgou o Brasil como destino de golfe para os europeus. Mais de 6 mil visitantes passaram pela feira, que está em sua primeira edição.
A CBG foi representada por seu vice-presidente de Desenvolvimento e coordenador geral do Bureau Brasileiro de Turismo de Golfe, Albert Gauss. “A repercussão do estande do Brasil na feira foi muito boa. Despertou muito o interesse dos visitantes, que gostam muito do nosso país e estão se supreendendo ao descobrir que somos um destino de golfe com forte potencial”, conta Gauss.
Um dos resultados concretos da participação brasileira no evento foi uma maior aproximação da CBG com a Federação Portuguesa de Golfe. Gauss, o presidente da entidade, Manuel Agrellos, e seu secretário-geral, Pedro Vicente, iniciaram um entendimento para, pela primeira vez, traduzir em conjunto o Decisions on the Rules of Golf 2008-2009. O livro traz as interpretações das regras de golfe e nunca teve uma versão em Português.
Gauss iniciou as negociações para que a tradução seja feita em parceria entre a CBG e a Federação Portuguesa e vai envolver a área técnica da CBG para que dê continuidade ao processo. “É uma iniciativa que vai abrir as portas para a existência de mais árbitros, pois atualmente os oficiais de regras têm necessariamente que entender Inglês”, diz Gauss. Pelas conversas preliminares, a tradução usaria o Português falado no Brasil, até porque boa parte do livro já foi traduzido pela equipe de regras da Confederação Brasileira de Golfe.
Outra importante iniciativa foi a decisão de se iniciar uma cooperação mais próxima entre as duas entidades na área de meio ambiente. “Vamos estudar como aproveitar melhor mais de dez anos de trabalhos feitos por especialistas da Federação Portuguesa de Golfe no assunto”, diz Gauss, lembrando que esse é um tema do mais alto interesse, principalmente para os novos empreendimentos que devem surgir no Brasil, maior parte deles ligados ao turismo.
A Federação Portuguesa de Golfe também colocou à disposição da CBG um sistema complementar ao Slope System (sistema de handicap atualmente utilizado no Brasil, com patrocínio do Unibanco). A área técnica da CBG irá analisar esse sistema para ver se há interesse em aproveitá-lo.
“Houve uma sinergia muito grande entre as duas entidades. Tudo indica que o Brasil e Portugal trabalharão cada vez mais em conjunto no que se refere ao desenvolvimento do golfe”, diz Gauss.
O Burau Brasileiro de Turismo de Golfe também comemora os resultados da participação brasileira no evento – fruto, aliás, do convênio assinado entre a CBG e a Embratur para a divulgação do golfe brasileiro como produto turístico no exterior. “Há uma possibilidade muito concreta de que os portugueses e europeus aproveitem cada vez mais o golfe no Brasil. O estande brasileiro foi muito visitado e despertou um enorme interesse nos visitantes”, conta Gauss.
Ações Embratur – O golfe é um dos onze produtos turísticos através dos quais a Embratur passou a promover o Brasil no exterior. Durante todo o ano de 2008 serão desenvolvidas várias ações tendo como alvo mais de dez países, com recursos na ordem de R$ 800 mil. A meta é tornar o Brasil referência mundial do turismo de golfe.
Recentemente, a Embratur apresentou para o mercado o Plano Estratégico do Bureau Brasileiro de Golfe, elaborado em parceria com a Confederação Brasileira de Golfe, com o objetivo de promover os campos de golfe brasileiros para os turistas estrangeiros. Atualmente, há mais de 30 novos projetos de campos de golfe em andamento no país, a maioria deles ligados a empreendimentos turísticos.
Dados sobre o segmento – O turismo de golfe movimenta atualmente no mundo US$ 30,5 bilhões, segundo a IAGTO (associação do trade da indústria turística mundial de golfe). No Brasil, o golfe movimenta cerca de R$ 400 milhões por ano, segundo estimativa da Confederação Brasileira de Golfe. Já sobre o turismo de golfe, ainda não há estimativas de quanto movimenta, o que deve ser mensurado pela pesquisa sobre o turismo de golfe brasileiro, um dos itens do Plano Estratégico do Bureau Brasileiro de Golfe, como parte de convênio assinado pela Embratur.
Sobre o Bureau – Criado em 2003 como órgão dentro da Confederação Brasileira de Golfe, o Bureau Brasileiro de Turismo de Golfe congrega campos de golfe de turismo, hotéis, operadoras turísticas, companhias aéreas e empresas prestadoras de serviço nesta área.
Entre os objetivos do Bureau estão promover mundialmente o Brasil como um destino internacional de golfe, divulgar os empreendimentos de golfe junto aos praticantes brasileiros e apoiar os empreendimentos do ponto de vista técnico, econômico-financeiro e operacional para garantir um padrão de qualidade internacional que permita o crescimento do setor.