Confederação Brasileira de Golfe

Confissões de um jogador

27 de julho de 2009

POR GUILLERMO PIERNES *

Hoje a vara do meu driver é flexível. Com 25 anos era extra stiff . No campo de golfe essa foi à solução para manter a performance. Concessões integram o processo.

O que sobe sozinho com os anos é o handicap. O meu handicap subiu para um nível apenas sofrível porem a maioria dos golfistas me acompanha. Cheguei a usar sapatos brancos no tempo que apenas scratch tinha o privilegio de usar essa cor. O resto, ou seja a maioria dos mortais jogadores, que procurasse outras cores.

Hoje existe liberdade completa para usar cores nos sapatos, camisas e bonés. Os sapatos são mais leves e confortáveis, as camisas frescas e secas, os bonés com nomes de patrocinadores. Também os tacos e as bolas são melhores, assim como o marketing dos fabricantes.

O passo do tempo também forçou a encurtar o swing porque a flexibilidade migrou para outros setores anatômicos e abandonou o tronco. O golfe nos ensina que as coisas não são exatamente como queremos. Porém tem coisas que hoje, com muitos cabelos prateados, são como quero.

Nunca trocaria os amigos que conheci em décadas nos campo de golfe, nem para ter de volta naturalmente os cabelos pretos ou os abdominais definidos. Jamais apagaria da memória as conversas pelos gramados e nos bares dos clubes nem as emoções compartilhadas. Fico com elas nem que alguém me garantisse que todos os meus drives superariam as 300 jardas ou embocaria todos os putts a dois metros.

Às vezes choro de saudades porque alguns seres queridos nunca mais voltarão aos campos. É assim. Com o passo do tempo se ganha e se perde. Porém ficou mais fácil desfrutar do golfe, esse esporte que não é para todos porque exige integridade a coragem para lidar sempre com a verdade.

Perdi o medo de errar porque aceito a imperfeição humana. Divirto-me com as quedas dos arrogantes e admiro a humildade dos campeões. Comove-me a solidariedade. Não ligo para os medíocres que nada ensinam. Cada instante é valioso. Perco menos tempo em lamentar o que poderia ter sido ou em ficar preocupado com o que poderá ser. Chego na bola e bato.
 

 

* Escritor e palestrante. Autor de Liderança e Golfe e de Tacadas de Vida. Diretor do portal Golf e Negócios. www.golfnegocios.com 

O ponto de vista dos colunistas não expressa necessariamente a opinião da CBG.

 

 

 

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