Confederação Brasileira de Golfe

A educação do prazer

21 de outubro de 2008

O jogo de golfe ganha mais charme e fluência com pequenas revoluções comportamentais. Porém, mudar não é fácil; mesmo porque o golfe, sendo um jogo tão envolvente, leva ao esquecimento constante de uma regra ou gentileza durante a partida.

A vontade de estar focado; a frustração de ver uma bola afundar no lago quando se pensava que seu vôo terminaria no green; o swing sofrível apesar das aulas e dos tacos novos e caríssimos; a vitória escapando após um putt descuidado; e, para completar, o jogador ao lado batendo a bola com um swing de veludo, como se isso fosse a coisa mais fácil desse mundo…

Todas essas coisas podem levar o golfista a ter impulsos comportamentais que nem sempre são os mais adequados, seja para ele próprio ou para seus companheiros. E, no entanto, está escrito no livro oficial Regras do Golfe, no capítulo Etiqueta: “O princípio que se sobrepõe a todos é o de sempre mostrar consideração aos outros no campo…” Baseado nesse princípio máximo de que é fundamental lembrar que não estamos sozinhos, seguem onze conselhos, todos baseados em situações que se encontram diariamente nos campos de golfe.

1 – Cumprimente a todos – Nada mais deselegante do que chegarmos no tee de saída e cumprimentarmos apenas as pessoas que conhecemos ou que identificamos como sendo de nosso grupo social. Educação seletiva no trato social é só meia educação. A outra metade chama-se esnobismo. Educação completa se estende a todos, incluindo os caddies. Ao fim da partida, a mesma coisa: boné na mão esquerda e cumprimentos gentis a todos.

2 – Exercite o autocontrole – É admirável o jogador que guarda para si a frustração por não ter jogado bem ou não ter batido aquela tacada específica com a habilidade necessária. Se mesmo após o vôo tresloucado de sua bola, ou o pouso dela na água, você manter a compostura e a simpatia, isso servirá de exemplo e incentivo para as pessoas que o cercam; e, com o tempo, também aumentará seu foco e sua autoconfiança.

3 – Pergunte o escore com discrição – Se o seu parceiro fez 7 ou 9 num par três curto e fácil, deixe para perguntar o escore no tee do próximo buraco. Dê a ele uns momentos para se recuperar; e seja fino: aproxime-se e pergunte em voz baixa e discretamente. Desse modo, você não o obrigará a repetir em alto e bom som, para todos ouvirem, o número vergonhoso. Lembre-se, o ego das pessoas – incluindo o seu – pode ser mais frágil que a mais delicada das taças de cristal.

4 – Não ria da desgraça alheia – Se você não tiver a mais absoluta intimidade com alguém e se não houver entre vocês o acordo tácito que permite a diversão com as lambanças alheias, não ria da inabilidade do parceiro. Isso poderá criar um clima desagradável que azedará o jogo inteiro.

5 – Pense antes de reclamar – É comum o golfista se esquecer que ele também já foi principiante e já ficou dando tacadas intermináveis no campo. E mesmo o golfista mais experimentado passa por situações onde a bola se recusa a ficar no fairway, o que o obriga a dar tacadas demoradas do meio do mato. Com esses fatos em mente, torna-se mais fácil compreender o golfista que não está jogando tão rápido quanto gostaríamos.

6 – Não questione handicaps durante o jogo – Apesar de a pistolagem ser uma instituição com membros espalhados pelos quatro cantos do mundo, seu número é muito menor do que se pensa. O que dá a impressão de legião é a precipitação dos julgamentos. Por exemplo, do tee de saída e do meio da raia o jogador pode bater na bola como se fosse um scratch, mas ao redor do green demonstra porque tem handicap alto. Também há casos ao contrário, onde o jogador diz que é handicap baixo e bate do tee desengonçadamente, despertando a incredulidade dos parceiros; mas em volta do green seu jogo afiado impressiona. Portanto, nunca coloque em dúvida a honestidade de um jogador antes do término da partida. É só depois de 18 buracos que o verdadeiro handicap se revela. Tenha paciência.

7 – Não dê dicas sem ser solicitado – Talvez você de fato saiba algo que seu parceiro de jogo desconhece, mas é bem provável que aquele momento não seja o mais propício para dar dicas. Normalmente, o jogador que está indo mal já está muito envolvido em seu sofrimento psicológico para ser receptivo a conselhos. Dicas em campo, só se o parceiro pedir. Nesse caso, elas devem ser rápidas para não se tornar uma aula informal no meio do fairway, o que pode atrapalhar o bom andamento do jogo.

8 – Não imponha seu desespero aos parceiros – Jogo lento é muito ruim, mas há outro lado pouco comentado: o do jogador estressado que quer jogar excessivamente rápido porque a família o espera em casa para o almoço; ou talvez por simplesmente querer fugir do sol excessivo que castiga seu swing. Assim sendo, se diz preocupado com o tal do “jogo lento”, e pressiona os colegas a acelerar além da conta, transformando o que poderia ser uma belo dia de golfe num jogo nervosinho e feio. Nesses dias de pressa excessiva, o melhor é ficar no driving range e no putting green para não importunar os colegas. Gente desesperada atenta contra o espírito.

9 – Fique feliz ao ver uma boa jogada – Desenvolva o prazer de apreciar uma boa jogada de seu adversário. Você sabe o quanto é difícil dar uma bela tacada, e se o seu companheiro de jogo consegue isso, merece seu reconhecimento. A vantagem de desenvolver essa atitude é que passamos a ter mais confiança em nós próprios, porque, paradoxalmente, uma vez que perdemos o medo de reconhecer o mérito alheio, também passamos a nos valorizar mais.

10 – Aprenda a dizer palavras de incentivo – Todos gostam de ouvir um incentivo sincero. Isso faz bem, e ajuda o golfista a encontrar seu equilíbrio após algumas jogadas desastrosas. Com um pouco de observação e experiência, você saberá o que dizer e quando dizer. E o que você falará para o golfista ao seu lado, também servirá em breve para você.

11 – Jogue sem falar mal dos outros – Criticar ou denegrir pessoas é esporte mundial e, infelizmente, faz parte da natureza humana. Essa tendência também se manifesta em campo. Mas o golfista que consegue guardar para si o que pensa sobre determinadas pessoas e fatos, acrescenta um toque de classe ao seu comportamento; e talvez até jogue melhor ao se recusar em lembrar de pessoas e situações que não lhe fazem bem. Fique na luz.

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