Pré-Juvenis do Brasil prontos para o Sul-Americano
Eles não vêm a hora de chegar logo o momento de entrar em campo e mostrar o que sabem. O “friozinho na barriga”, às vésperas do Sul-Americano Pré-Juvenil da Colômbia, é confessado unanimemente pelos seis jogadores que representam o Brasil na competição continental a partir de quarta-feira (dia 31).
Apesar da pouca idade, a maioria deles já tinha como meta há um bom tempo a convocação para a mais jovem equipe nacional de golfe. Alguns perderam a chance no torneio classificatório para o Sul-Americano de 2004, disputado no São Fernando Golf Club, em Cotia (SP).
Diferentemente do ano passado, a CBG convocou em 2005 os dois melhores dos rankings nacional masculino e feminino da categoria C (Daniel Stapff, Luis Gama, Karina Palmberg e Daniela Murray) e mais dois representantes indicados por critérios técnicos (André Tourinho e Larissa Rocha Pombo). “Para essa terceira vaga, levamos muito em conta os últimos resultados, em especial a 4a. etapa do Tour Juvenil em São Paulo”, explica a diretora juvenil da CBG, Cida Palmberg, que chefiará a delegação brasileira.
Para aliviar a pressão natural a que cada um dos atletas se submete, o psicólogo Esmerino Rodrigues, que acompanhará pela oitava vez uma delegação brasileira no exterior, tem conversado muito com os garotos. “Costumo dizer para eles que o importante não é ganhar e sim querer ganhar”, afirma Rodrigues durante o 56o. Aberto do Estado de São Paulo, no Clube de Campo de São Paulo, no último fim de semana. A competição serviu como um treino de luxo para os seis jogadores.
Acompanhados ainda pelos experientes capitães Paulo Willemsens Neto e Maria de Lourdes Verlangieri, os golfistas embarcam domingo para a Colômbia. No sábado, ainda fazem um jogo-treino em São Paulo e ouvem palestra de Rodrigues.
No torneio realizado no Club Payandé, em Villeta – próximo a Bogotá -, os competidores jogarão em grupos de três atletas. Os dois melhores resultados de cada país serão somados e no final do quarto dia a equipe que tiver o menor número de tacadas será a campeã.
Para facilitar a torcida daqueles que ainda não conhecem os meninos e meninas da Seleção Brasileira Pré-Juvenil, o site da CBG preparou um breve perfil de cada um deles. Começamos com a equipe feminina (na foto, da esquerda para a direita, Karina, Daniela e Larissa), cuja melhor posição no torneio foi o quinto lugar. Amanhã é a vez do time masculino, com Stapff, Gama e Tourinho.
Karina Palmberg (13/04/91), no. 1 do ranking na categoria C com 75 pontos
Início: “comecei a jogar aos sete anos nas clínicas de golfe do São Fernando. Meus pais e amigas também jogavam e foi difícil escapar (risos).”
Conquistas (categoria C): Campeã do Brasileiro Juvenil e Pré-Juvenil 2005, no Porto Alegre Country Club; campeã das etapas do Tour Nacional de Golfe Juvenil 2005 no Itanhangá Golf Club e no São Paulo Golf Club.
Melhor momento: “quebrar os 80 na etapa do Tour Juvenil no Itanhangá.”
Estilo: “é mais agressivo, jogo muito para o buraco.”
Sul-Americano: “minha meta desde o ano passado era conseguir a convocação, pois perdi a vaga em 2004 no classificatório (para Roberta Quaresma). Estou ansiosa para chegar lá, mas sem colocar pressão. É um lugar totalmente diferente, onde só nós falamos português. Se conseguirmos encaixar nosso jogo, temos chance.”
Daniela Murray (18/12/90), no. 2 do ranking na categoria C com 65 pontos
Início: “Comecei a jogar aos nove anos, quando morava no México. Continuei depois que voltei para o Brasil em 2001. Até dois anos atrás o golfe era só obrigação, para acompanhar os pais. Mas depois que vi meu amigo Alex Hirai jogando, estabeleci a meta de chegar no nível dele. Hoje treino duas horas por dia no São Fernando e me sinto mal quando não faço isso. Não troco o golfe por nada.”
Conquistas (categoria C): campeã da etapa do Tour Juvenil no Clube Curitibano. Jogou três edições do Lancôme Irish Girls Close Amateur Championship, na Irlanda. Na última classificou-se para a fase de match play. Foi segunda colocada nos Estados Unidos do Texas Oklahoma Junior Championship na categoria até 11 anos.
Momento marcante: “Não é um momento, mas o fato dos meus pais estarem sempre junto comigo. Isso faz com que eu cresça cada vez mais. Minha maior vitória é ter o apoio deles.
Estilo: “Muita gente diz que sou tranqüila. Jogo na minha, sem prestar muita atenção nos outros competidores.”
Sul-Americano: “Este é um time de amigas. Nós três estamos nervosas e ansiosas. O que queremos é melhorar o resultado do Brasil. E rezar para, quem sabe, ganhar.”
Larissa Rocha Pombo (24/01/90), no. 3 do ranking na categoria C com 65 pontos
Início: “Foi através de um amigo do meu irmão que jogava. Começamos fazendo clínica 30 minutos por semana no Alphaville Graciosa, em Curitiba.
Conquistas (categoria C): campeã da etapa do Tour Juvenil 2005 no Clube de Golfe de Brasília.
Momento marcante: “Fiquei três semanas em Porto Alegre treinando muito. Na volta, acabei tendo uma crise de esgotamento e depois um problema no pulso. Agora já estou recuperada.
Estilo: “Nunca fui de jogar muito forte, dar pancada na bola. Não tenho musculatura para isso, mas já evolui bastante. Sou melhor no jogo curto.
Sul-Americano: “Meu objetivo este ano era chegar lá. Nunca atuei fora do Brasil. Se conseguirmos controlar a ansiedade e relaxar, sem a responsabilidade de ficar em primeiro, podemos ganhar. As outras competidoras também são estreantes como nós.”