Capitães aprovam rendimento do Brasil na Colômbia
Apesar do tetracampeonato não ter vindo para o Brasil, a avaliação sobre o desempenho da equipe masculina vice-campeã no 19o. Campeonato Sul-Americano Pré-Juvenil, na Colômbia, é altamente positiva. Com 598 na classificação final, a seleção brasileira ficou a cinco tacadas do time tricampeão no Brasil, em 2004, e a três do bicampeão no Chile, em 2003.
“Temos muito a comemorar. Nós saímos daqui com uma determinada expectativa e eles foram além do que esperávamos”, afirma o capitão dos meninos, o fluminense Paulo Willemsens Neto. Para ele, o acompanhamento do psicólogo Esmerino Rodrigues foi de extrema importância para que os garotos mantivessem o nível de confiança dentro da competição.
O desempenho da seleção argentina, campeã com 576, surpreendeu o capitão. “Nunca vi um rendimento assim num campeonato pré-juvenil. Eles apresentaram um jogo espetacular, fruto de um trabalho de base que já está dando resultados”, diz Willemsens.
A diretora da CBG e capitã do time feminino, Cida Palmberg, concorda com a análise e elogia a dedicação e disciplina dos meninos e das meninas do Brasil. “Todos foram muito responsáveis e se esforçaram bastante. A experiência de jogar fora do País foi bem aproveitada por todos”, atesta a dirigente.
Os membros das delegações participantes ficaram alojados em chalés anexos ao Club Payandé, local da disputa, e não em casas de família como tradicionalmente acontece neste tipo de torneio. A mudança favoreceu o convívio entre os jogadores das diversas nacionalidades.
O forte esquema de segurança do clube, em razão dos problemas de instabilidade social da Colômbia, foi outro aspecto que chamou a atenção nos bastidores do evento.
Quanto à performance da equipe feminina, que terminou em oitavo lugar, Cida foi taxativa: “O resultado não foi bom, mas o desempenho ficou acima do projetado, a exemplo dos meninos”. A previsão era de que, atuando bem, as meninas jogassem 83 a 85 tacadas por dia. A média verificada, baseando-se nos dois resultados aproveitados de cada dia, foi de 81,3.
“São atletas com handicap 9 e, no caso da Larissa (Rocha Pombo), handicap 12. Mesmo em um campo que não conheciam, elas acabaram jogando melhor do que nas competições recentes. O problema é que as outras seleções estavam muito bem”, explica Cida, que já pensa na formação da equipe de 2006.
Com relação ao futuro, os dois capitães compartilham da opinião de que é preciso se fazer um trabalho mais intensificado na formação de golfistas dentro dos clubes. “Devemos atuar em duas frentes: melhorar a estrutura de aprendizado, com a criação de escolinhas feitas em parceria com as federações, e aumentar o nível dos torneios, tornando mais comum a participação em disputas internacionais”, opina Willemsens.
Para Cida, o nível de concentração demonstrado pelos jogadores no Sul-Americano foi bem maior do que o que se costuma verificar no Brasil. “Falta mais intercâmbio para nós. Os golfistas de outros países da América do Sul estão sempre viajando e isso faz diferença”.
O Tour Nacional de Golfe Juvenil foi lembrado como sendo um elemento de impulso para que os jovens atletas ganhem experiência em jogos competitivos. Mas não é o suficiente. “Um patrocinador para os campeonatos juvenis e pré-juvenis seria muito importante. Poderíamos trabalhar com mais intensidade os 10 melhores de cada categoria, inclusive possibilitando a viagem para torneios em países vizinhos”, completa Cida.
A seleção do Brasil no 19o. Campeonato Sul-Americano Pré-Juvenil foi formada por Daniel Stapff, Luis Gama, André Tourinho, Karina Palmberg, Daniela Murray e Larissa Rocha Pombo.
* Na foto, da esquerda para a direita, Paulo Willemsens Neto, Cida Palmberg, Karina Palmberg, André Tourinho, Daniela Murray, Daniel Stapff, Larissa Rocha Pombo, Luis Gama e Esmerino Rodrigues.